sexta-feira, 13 de junho de 2008

Carta a Luiz Adão (II)

Crato, 25 de 08 de 1987.

Caro Amigo Luiz Adão.

Sou como uma bola de soprar cheia de átomos de urânio. E que esta nova segunda-feira novinha é mais um bebê nascido no apocalipse. Sei que não estou invicto e o peso do recente internamento, como o de uma jibóia imensa, ainda curva os meus 34 anos. As musas parecem dançar muito longe do mal e mentiroso poeta. O sol ilumina as pequenas e débeis bananeiras do quintal. Minha mãe varre a casa e eu paro para olhar. Ela e a santa imagem. E embora se fale das cores do Brasil e do vermelho da Espanha, que o mundo fumegue e os foguetes partam, a Terra ainda é azul. Um doce limão azul? Neste pequeno mundo de cidades enormes e bilhões de pessoas, a preocupação bate à minha porta- é uma velha companheira de infância. Jà tomei os remédios das 8hs.

Com um abraço,

Geraldo Urano

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