sábado, 29 de março de 2008

mulher de azul


não vou matar a mulher de azul
que anda em todas as praias
e conhece todas as línguas
suas sete filhas estão na piscina
meus olhos se abrem
meu coração já não cabe mais na américa
e eu beijo a que em mim
mata o falso profeta
e me faz ver coisas da china
a mulher de azul
com seus cabelos de sol
e rosto de lua
quer vestir também de azul
todas essas meninas nuas
que morrem heroínas
e deixam os seus nomes nas ruas

Um comentário:

Marcos Vinícius Leonel disse...

Antes de qualquer coisa, vale ressaltar uma das dívidas pagas para com esse poeta, ele precisa ser lido por mais leitores, com novos olhares, e esse blog faz justiça à importância desse poeta. Embora a sua produção seja desigual, esse é sem dúvidas o poema mais genial, mais original e mais consistente de Geraldo Urano, poeta que mudou tanto de nome e tão pouco de estilo. Esse poema é para ficar para sempre.