1984. A Nação Cariri Editora lança Vaga-Lumes - primeiro livro individual de Geraldo Urano. Um livro de poesias com muitas histórias. Pretendo, pois, sem pressa, aproveitando a infinidade deste blog, contar algumas delas.
Vaga-Lumes veio a lume num momento muito especial para todos nós que fazíamos parte da "nova tribo cariri". Editávamos o jornal Folha de Piqui. Promovíamos eventos culturais (o famigerado Salão de Outubro era um deles). Fazíamos poesia, música, teatro. Vivíamos leves e fagueiros, na plenitude de nossa juventude. Celebrávamos a arte e a vida.
Um dos nossos palcos era o Parque Municipal (hoje, Praça Alexandre Arraes). Bebíamos no Bar de Aderbal. Matávamos o tempo na Praça da Sé. Fazíamos excursões para o Sítio Fundão, onde nos deleitávamos com a sabedoria do mestre Seu Jefferson Alencar e nos refrescávamos em deliciosos banhos no Rio Batateiras.
O poeta e cineasta Francis Vale era uma companhia recorrente, a despeito de resisidir em Fortaleza. Geraldo Urano o nomeou "Embaixador do Cariri", tal a afinidade que ele tinha para com a rapaziada da região; afinidade que se transformava em generoso apoio quando precisávamos dos seus préstimos na capital.
Por isso, Francis Vale foi convidado por Geraldo para escrever uma das orelhas de Vaga-Lumes, a qual transcrevo abaixo. (Carlos Rafael)
Como estrelas, os vaga-lumes precisam da escuridão da noite para fazer destacar suas cintilações. Outro poeta já havia destacado essa similitude e também a distância entre os pequenos e próximos insetos luminosos e os grandes e distantes astros.
Os vaga-lumes de Geraldo Urano falam das constelações e de coisas mais próximas, numa integração cósmica impressionante para um poeta do Cariri que tem as antenas ligadas com os mais longínquos pontos do Universo.
Há que se destacar, sobretudo, suas "tiradas" bem humoradas e satíricas em relação aos diversos significados das palavras a aos absurdos observados no dia a dia deste pequeno planeta Terra. Assim como: "a via-láctea não pode ser enlatada pela nestlé nem as estrelas de hollywood iluminam o céu da américa"; ou "ser preto na àfrica do sul é tão incômodo como ser bacalhau nos mares da noruega". Com toda a simplicidade e a perspicácia herdada dos primeiros repentistas cariris, passando pela verve do grande Patativa.
É possível que esses "vaga-lumes", com seu pisca-pisca irregular mas freqüente, consigam iluminar as cabeças atentas daqueles que perderem (ou ganharem) algum tempo observando sua luz.
Vaga-Lumes veio a lume num momento muito especial para todos nós que fazíamos parte da "nova tribo cariri". Editávamos o jornal Folha de Piqui. Promovíamos eventos culturais (o famigerado Salão de Outubro era um deles). Fazíamos poesia, música, teatro. Vivíamos leves e fagueiros, na plenitude de nossa juventude. Celebrávamos a arte e a vida.
Um dos nossos palcos era o Parque Municipal (hoje, Praça Alexandre Arraes). Bebíamos no Bar de Aderbal. Matávamos o tempo na Praça da Sé. Fazíamos excursões para o Sítio Fundão, onde nos deleitávamos com a sabedoria do mestre Seu Jefferson Alencar e nos refrescávamos em deliciosos banhos no Rio Batateiras.
O poeta e cineasta Francis Vale era uma companhia recorrente, a despeito de resisidir em Fortaleza. Geraldo Urano o nomeou "Embaixador do Cariri", tal a afinidade que ele tinha para com a rapaziada da região; afinidade que se transformava em generoso apoio quando precisávamos dos seus préstimos na capital.
Por isso, Francis Vale foi convidado por Geraldo para escrever uma das orelhas de Vaga-Lumes, a qual transcrevo abaixo. (Carlos Rafael)
Como estrelas, os vaga-lumes precisam da escuridão da noite para fazer destacar suas cintilações. Outro poeta já havia destacado essa similitude e também a distância entre os pequenos e próximos insetos luminosos e os grandes e distantes astros.
Os vaga-lumes de Geraldo Urano falam das constelações e de coisas mais próximas, numa integração cósmica impressionante para um poeta do Cariri que tem as antenas ligadas com os mais longínquos pontos do Universo.
Há que se destacar, sobretudo, suas "tiradas" bem humoradas e satíricas em relação aos diversos significados das palavras a aos absurdos observados no dia a dia deste pequeno planeta Terra. Assim como: "a via-láctea não pode ser enlatada pela nestlé nem as estrelas de hollywood iluminam o céu da américa"; ou "ser preto na àfrica do sul é tão incômodo como ser bacalhau nos mares da noruega". Com toda a simplicidade e a perspicácia herdada dos primeiros repentistas cariris, passando pela verve do grande Patativa.
É possível que esses "vaga-lumes", com seu pisca-pisca irregular mas freqüente, consigam iluminar as cabeças atentas daqueles que perderem (ou ganharem) algum tempo observando sua luz.
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francis vale
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