domingo, 4 de março de 2018

Artigo sobre Geraldo Urano no III Seminário Nacional de HIstória e Contemporaneidades

 Carlos Rafael, Geraldo Urano e o cineasta Francis Vale
(Foto: Luiz Carlos Salatiel)


Artigo de autoria do historiador Carlos Rafael Dias sobre a vida e a obra do poeta Geraldo Urano será comunicado no II Seminário Nacional de História e Contemporaneidades, que acontecerá de 6 a 9 de março, na Universidade Regional do Cariri - URCA. A comunicação acontecerá no Simpósio Temático História e Literatura, das 8 às 12 horas do dia 8 de março, no Auditório do GeoPark Araripe, campus do Pimenta, Crato.

O Artigo, intitulado Lugar de fronteiras é no infinito: liberdade e irreverência na poesia de Geraldo Urano tem o seguinte resumo:

A região do Cariri cearense foi palco, com ênfase na década de 1970, de um movimento cultural protagonizado por jovens artistas e intelectuais. Nesse contexto, destaca-se a produção literária do poeta Geraldo Urano, marcada pelo experimentalismo, irreverência, contestação e engajamento sociopolítico, com fortes características de universalidade, mas sem perder o sentimento regionalista.
Assim, esta comunicação busca contextualizar a produção literária deste autor caririense com a respectiva conjuntura histórica, onde se observa um interessante conflito de gerações calcado no embate de valores entre modernidade e tradição. A conjuntura local abordada reveste-se de um momento histórico bastante rico, onde tanto as transformações como as permanências dão uma tônica toda especial, repercutindo um fenômeno de ordem global, conhecido na literatura especializada como revolução contracultural.
 Neste contexto, o poeta Geraldo Urano assumiu o lugar de porta-voz de uma geração inquieta e marcada pela vontade de participação e enfrentamento a um establishment reativo às ideias e aos ideais de liberdade e modernidade. No entanto, o faz assumindo alguns elementos imagético-discursivos elaborados e propagados pela geração antecessora, fundadora do Instituto Cultural do Cariri - ICC, que propõe uma identidade regional com base no telurismo e na tradição.
Além de analisar o discurso poético uraniano, o artigo busca demonstrar como ele serve como elemento de compreensão e interpretação de uma conjuntura complexa pela grande efervescência cultural típica de uma época de grande potencial de transformação, num contexto contraditório por conta da vigência, no Brasil, de um regime político autoritário instaurado pelo golpe militar de 1964.

Nenhum comentário: