sexta-feira, 5 de março de 2010

Poemas de Geraldo Urano para Patativa do Assaré

safra entre as cenouras
com olhos de sonhadora
safra baby
voando para lá da challenger

a terna brisa rural
a paz em solo firme
e longe a capital
num clima de doidice

à luz das hortaliças
a lua foi surgindo
como uma cientista
a embrapa meiga ouvia
a nutridora cantiga
da soja na caatinga

safra baby então escreveu
um poema pouco maior
que a palavra sarajevo

- oh o canto da patativa

--- x ---

seu dotô sua licença
para uma palavrinha
seu dotô falô da sua
pois eu vou falar da minha
minha casa
num tem vrido
nem ôro nem porcelana
minha casa
é de pau e barro
mas nela
os anjo canta
e eu garanto
que o sol
quando alumia a sua
num tira o zóio da minha

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