já ouvi todas as canções da inglaterra
já sonhei quase tudo com a américa
mas o que eu quero é você de volta
não morrer na praia
não quebrar a perna no jogo
se o jogo ainda é a essência...
quanta demência e quanta elegância
quanta covardia e quanta omissão
quanto papo furado
razão sem razão
viver por viver
essa alegria é um pouco doida
essa ganância é tão estúpida
essa inteligência é tão cruel
vamos descer do mundo
nem que seja só para uma coca com pastel
domingo, 31 de maio de 2009
sábado, 30 de maio de 2009
qualquer dia não é todo dia
todo dia não é qualquer dia
hoje é dia de ver você
com os olhos mergulhados na rua
onde baila a lua
quero você simples e humilde
conversando com Deus no templo
o rio de janeiro continua sujo
desaguando num mar
onde o único peixe é você
será que você vai me salvar
de viver sozinho no meio da multidão?
dessa multidão imensa
será que você vai me tirar
dessa garrafa de vidro?
todo dia não é qualquer dia
hoje é dia de ver você
com os olhos mergulhados na rua
onde baila a lua
quero você simples e humilde
conversando com Deus no templo
o rio de janeiro continua sujo
desaguando num mar
onde o único peixe é você
será que você vai me salvar
de viver sozinho no meio da multidão?
dessa multidão imensa
será que você vai me tirar
dessa garrafa de vidro?
quinta-feira, 28 de maio de 2009
quantos perdidos em casa
quantos achados na rua
quantos crucificados
no poste de metal das velhas culturas
ninguém vê o dedo de Deus
dirigindo tudo
fabricando um novo escuro
e um sol para nos iluminar
hoje tem cantor na praça
lua na madrugada
arena com tourada
e eu querendo pegar aquela estrela com a mão
e eu querendo dizer qualquer coisa
e um punhado de românticos que resiste
quantos achados na rua
quantos crucificados
no poste de metal das velhas culturas
ninguém vê o dedo de Deus
dirigindo tudo
fabricando um novo escuro
e um sol para nos iluminar
hoje tem cantor na praça
lua na madrugada
arena com tourada
e eu querendo pegar aquela estrela com a mão
e eu querendo dizer qualquer coisa
e um punhado de românticos que resiste
domingo, 24 de maio de 2009
sábado, 23 de maio de 2009
quinta-feira, 21 de maio de 2009
segunda-feira, 18 de maio de 2009
quarta-feira, 13 de maio de 2009
cantar é cantar
e falar é tão sério quanto cantar
mas cada um é um
e todos por um
ninguém por ninguém é sem estrelas
é claro tudo
quando se vai ao fundo do fundo
o mundo a gente descobre com amor
e se falta a gente descobre com dor
margarida minha flor sofrida
em cores de brasília
universo roda-gigante gira graças ao sopro da vida
estela morena estrela
toda miss precisa de graça para não ser só miss
e falar é tão sério quanto cantar
mas cada um é um
e todos por um
ninguém por ninguém é sem estrelas
é claro tudo
quando se vai ao fundo do fundo
o mundo a gente descobre com amor
e se falta a gente descobre com dor
margarida minha flor sofrida
em cores de brasília
universo roda-gigante gira graças ao sopro da vida
estela morena estrela
toda miss precisa de graça para não ser só miss
terça-feira, 12 de maio de 2009
a humanidade está quase dormindo
o mundo está quase parando
só rebola nova iorque com seus quarenta anos
e rola a bola e enrola o meio de campo
é sapo e sarampo
quem sabe o meu pára-quedas não vai se abrir
é abril e as noivas estão em festa
e as flores enfeitam a minha visão
são quarenta anos de tiros de canhão
meu velho cão pela rua
e tinta no rosto e nas mãos
maria está barriguda
vai nascer um novo jesus
a mata transforma-se em cruz
e o poeta escreve no papel com sete raios de sol
o mundo está quase parando
só rebola nova iorque com seus quarenta anos
e rola a bola e enrola o meio de campo
é sapo e sarampo
quem sabe o meu pára-quedas não vai se abrir
é abril e as noivas estão em festa
e as flores enfeitam a minha visão
são quarenta anos de tiros de canhão
meu velho cão pela rua
e tinta no rosto e nas mãos
maria está barriguda
vai nascer um novo jesus
a mata transforma-se em cruz
e o poeta escreve no papel com sete raios de sol
sábado, 9 de maio de 2009
Eu te vejo todo dia
Princesa pra onde vais?
Vou pegar no seu pé
Será que é mesmo mulher?
Tudo é fraco por aqui
O são joão o carnaval
A festa da padroeira
Sem jornal e sem cinema
Sem teatro sem liderança
A sua paixão por médicos
Bancários e empresários
Aqui o poeta dança
Aqui dança todo artista
Aqui dança todo sonho
Suas moças reprimidas
Cidade comprometida
Seja bárbara outra vez
Assim mesmo eu te adoro
Não te troco por nenhuma
Agora são outras lutas
Princesa cara-de-pau
Nosso vale é natural
Saia do vale postal
Princesa pra onde vais?
Vou pegar no seu pé
Será que é mesmo mulher?
Tudo é fraco por aqui
O são joão o carnaval
A festa da padroeira
Sem jornal e sem cinema
Sem teatro sem liderança
A sua paixão por médicos
Bancários e empresários
Aqui o poeta dança
Aqui dança todo artista
Aqui dança todo sonho
Suas moças reprimidas
Cidade comprometida
Seja bárbara outra vez
Assim mesmo eu te adoro
Não te troco por nenhuma
Agora são outras lutas
Princesa cara-de-pau
Nosso vale é natural
Saia do vale postal
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Carta a Luiz Carlos Salatiel (II)
Meu amigo Luiz,
É preciso viver, ainda que doa. Isso você tem feito; eu não. Continuo não só anestesiado, mas também me escondendo. Mas já não tenho mais como me esconder. A noite ficou clara.
Como vai o amigo, tão corajoso?
Não quero falar mal do Brasil; apenas continua uma mulher muito louca. Me deixa cansado. Com seus dois olhos de rubi e sua garganta rouca, ela vai por ai, aprontando.
Estou completamente desafinado. Pretendo viver mais em paz. Você tem me ajudado nisso. É isso aí, você sabe viver. Você não bebe água quente; o mundo é uma geladeira. Você tem alguma coisa contra os pinguins? Acredite: eu queria ser um pinguim.
Não dá pra viver em paz; eu não sou o Himalaia. Mas curto, como você, os picos eternamente nevados. Dizem que há força espiritual por lá. Eu quero encontrar isso por aqui mesmo. Um dia eu vou embora para o Texas.
Caralho! O tempo voa mesmo. (...) Um dia eu vou embora para dentro de mim, e viver plenamente o caos. Nosso tempo é caos. Você morre e a vida continua.
Tenho vivido uma espiritualidade que não é para esse tempo. Eu é que não quero pirar mais do que já estou. Quando estiver mal, use o controle remoto. Somos do deserto e as cidades ainda são de pedra.
Quando é mesmo que o mar vai engolir o litoral? Ele já me engoliu.
O sangue corre nas veias do planeta. É o homem explorando o homem, nos mínimos detalhes.
Quem precisa de moral? Quem precisa de mim? Nem eu mesmo. Quero é me modernizar, viver um tempo sem cara e muito caro para viver. Vá ao supermercado; eu estou nas prateleiras. Me explodiram; eu era uma baleia.
Por quanto tempo o mar aguentará o homem?
Quem não morre, não vive.
Dinheiro é bom demais.
A vaca é irmã da mulher.
O vento e o poeta são amigos.
Gosto muito de você.
Um grande abraço do amigo Geraldo Urano.
É preciso viver, ainda que doa. Isso você tem feito; eu não. Continuo não só anestesiado, mas também me escondendo. Mas já não tenho mais como me esconder. A noite ficou clara.
Como vai o amigo, tão corajoso?
Não quero falar mal do Brasil; apenas continua uma mulher muito louca. Me deixa cansado. Com seus dois olhos de rubi e sua garganta rouca, ela vai por ai, aprontando.
Estou completamente desafinado. Pretendo viver mais em paz. Você tem me ajudado nisso. É isso aí, você sabe viver. Você não bebe água quente; o mundo é uma geladeira. Você tem alguma coisa contra os pinguins? Acredite: eu queria ser um pinguim.
Não dá pra viver em paz; eu não sou o Himalaia. Mas curto, como você, os picos eternamente nevados. Dizem que há força espiritual por lá. Eu quero encontrar isso por aqui mesmo. Um dia eu vou embora para o Texas.
Caralho! O tempo voa mesmo. (...) Um dia eu vou embora para dentro de mim, e viver plenamente o caos. Nosso tempo é caos. Você morre e a vida continua.
Tenho vivido uma espiritualidade que não é para esse tempo. Eu é que não quero pirar mais do que já estou. Quando estiver mal, use o controle remoto. Somos do deserto e as cidades ainda são de pedra.
Quando é mesmo que o mar vai engolir o litoral? Ele já me engoliu.
O sangue corre nas veias do planeta. É o homem explorando o homem, nos mínimos detalhes.
Quem precisa de moral? Quem precisa de mim? Nem eu mesmo. Quero é me modernizar, viver um tempo sem cara e muito caro para viver. Vá ao supermercado; eu estou nas prateleiras. Me explodiram; eu era uma baleia.
Por quanto tempo o mar aguentará o homem?
Quem não morre, não vive.
Dinheiro é bom demais.
A vaca é irmã da mulher.
O vento e o poeta são amigos.
Gosto muito de você.
Um grande abraço do amigo Geraldo Urano.
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